Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus pumilus e Bacillus subtilis

Bacillus amyloliquefaciens

Introdução

Bactéria Gram-positiva formadora de esporos, muito estudada como PGPR (plant growth-promoting rhizobacteria). Produz lipopeptídeos (iturina, fengicina, surfactina) que inibem fungos e estimulam a germinação e o crescimento radicular. Sobrevive bem em sementes e no solo graças aos esporos, o que facilita sua formulação em bioinsumos.

Benefícios agronômicos

– Controle biológico de doenças foliares e radiculares via produção de antibióticos e indução de resistência sistêmica.
– Produção de auxinas e citocininas que estimulam raiz e parte aérea.
– Solubilização de fósforo e liberação de micronutrientes.
– Formação de biofilme que protege a planta contra estresse hídrico.

Uso na soja

Empregada em tratamentos de sementes, em fungicidas biológicos foliares e em consórcios bacterianos que acompanham a inoculação com rizóbios. Normalmente aplica-se 1 × 10⁸ UFC por saca de 50 kg ou 0,3–0,5 L ha-¹ em pulverizações.

Evidências brasileiras de produtividade

– Aplicação foliar de fungicida biológico à base de B. amyloliquefaciens reduziu 70 % das doenças de final de ciclo e rendeu ganho médio de 2,9 sacas ha-¹ em Passo Fundo-RS, Formosa-GO e Santa Maria-RS (Sucesso no campo).
– Em experimento 2021/22 conduzido em quatro estados, consórcio com B. amyloliquefaciens + outras espécies elevou biomassa e igualou a produtividade ao adubo fosfatado completo mesmo aplicando apenas 75 % da dose de P recomendada (ResearchGate).

Bacillus pumilus

Introdução

Também Gram-positiva e formadora de esporos. Conhecida por produzir gibberelinas, sideróforos e enzimas hidrolíticas. Demonstra tolerância a salinidade e seca, características úteis em Cerrado e semiárido.

Benefícios agronômicos

– Estimula alongamento de raízes via gibberelinas.
– Solubiliza fósforo e zinco; produz sideróforos que quelam ferro.
– Melhora tolerância a estresse salino e hídrico.
– Pode suprimir patógenos de solo liberando substâncias antimicrobianas.

Uso na soja

Geralmente incluída em biofertilizantes ou consórcios para tratamento de sementes. Dose típica: 1 × 10⁸ UFC por saca. Pode ser coinoculada com Bradyrhizobium e Azospirillum.

Evidências brasileiras de produtividade

– No mesmo consórcio citado acima, a cepa B. pumilus CCT7973 integrou o mix que aumentou produtividade e substituiu 25 % do fósforo mineral sem perdas de rendimento (ResearchGate).
– Avaliação de tratamento de sementes com mix biológico (incluindo B. pumilus e B. subtilis) mostrou aumento significativo de produtividade na região de Sarandi-RS (Tabela 4 do estudo) .

Bacillus subtilis

Introdução

Espécie modelo de Bacillus, amplamente usada como biofungicida, solubilizador de fósforo e indutor de resistência. Produz surfactina, iturina e subtilisina; forma biofilme aderente às raízes.

Benefícios agronômicos

– Controle de nematoides e fungos via antibióticos e competição.
– Solubilização de fósforo; formulações comerciais (ex.: BiomaPhos) reduzem uso de P.
– Produção de fito-hormônios e ACC-desaminase, aliviando estresse oxidativo.
– Melhora eficiência no uso de água e fotossíntese quando coinoculado.

Uso na soja

Aplicado em tratamento de sementes, foliar ou via solo; também em consórcios. É comum doses de 60–100 mL de inoculante líquido (≈1 × 10⁸ UFC mL-¹) por saca.

Evidências brasileiras de produtividade

– Ensaio com BiomaPhos® (B. subtilis B2084 + B. megaterium) atingiu 4 262 kg ha-¹ na maior dose de P e ofereceu melhor custo-benefício na dose de 60 kg P₂O₅ + inoculante .
– Notícia técnica relata incremento de 400 % na população de B. subtilis e redução de 44 % de nematoides em raízes, com casos de produtores alcançando 120 sc ha-¹ na BA (Sucesso no campo).
– Estudo de coinoculação B. subtilis + B. megaterium + Cu foliar no Maranhão registrou aumento de rendimento e menor severidade de doenças foliares (2025) (ResearchGate).

Referências resumidas

  1. Sandini I.E. & Nakatani A.S. 2025. Consórcio de Bacillus spp. na soja (Rev. DELOS).
  2. Sucesso no Campo, 24 fev 2025. Bacillus amyloliquefaciens em DFC.
  3. Santin G.B. et al. 2024. Efeito de B. subtilis + P em soja (Rev. Observatório da Economia Latino-Americana).
  4. Schmidt K.E. 2025. Avaliação de biológicos no tratamento de sementes (Rev. Aracê).
  5. Sucesso no Campo, 21 jul 2025. Microrganismos benéficos elevam produtividade.

Pronto — qualquer ajuste é só falar.