Priestia aryabhattai foliar na soja e no milho
O que é Priestia aryabhattai?
Priestia aryabhattai é uma bactéria benéfica do solo pertencente à família Bacillaceae (antes conhecida como Bacillus aryabhattai). Trata-se de um microrganismo Gram-positivo, formador de esporos, descoberto em amostras de ar na estratosfera. Essa espécie é notável por sua resistência a condições extremas – tolera radiação ultravioleta, estresse oxidativo, salinidade e temperaturas altas. Entre seus mecanismos de promoção do crescimento, destacam-se a produção de fitohormônios (como auxinas, citocininas, giberelinas e ABA) e compostos como exopolissacarídeos, que melhoram a retenção de água na rizosfera. Além disso, P. aryabhattai pode solubilizar nutrientes importantes (fósforo, potássio, zinco, ferro), contribuindo para a nutrição das plantas. Esses atributos fazem dela uma planta-modelo para biotecnologia agrícola, capaz de fortalecer o sistema radicular e induzir maior vigor vegetal.
Vantagens da aplicação foliar
A aplicação foliar de bactérias benéficas tem atraído interesse por oferecer vantagens em comparação a métodos tradicionais (sementes ou sulco). Ao pulverizar Priestia aryabhattai diretamente nas folhas, garante-se contato rápido com a planta, contornando limitações do solo (como pH adverso ou competidores microbianos) e permitindo ação pontual em estádios críticos (por exemplo, períodos de seca). A via foliar pode ser combinada com pulverizações rotineiras de fungicidas ou fertilizantes foliares, facilitando a adoção pelo produtor. Essa técnica também evita a competição direta no rizosfera e pode proporcionar benefícios durante fases posteriores do ciclo da planta. Em geral, a aplicação foliar de bioinsumos como Priestia aryabhattai oferece maior flexibilidade: pode ser feita em estádios vegetativos ou reprodutivos (v.g. V4-V6 em milho, R3 em soja) para reforçar a resistência a estresses ou estimular o crescimento extra das folhas e raízes já estabelecidas. Ressalta-se que o modo foliar não substitui o tratamento de sementes ou sulco, mas atua de forma complementar, potencializando efeitos de outros inoculantes e insumos nutricionais.
Efeitos na soja
A soja Glycine max responde bem à inoculação com Priestia aryabhattai foliar, especialmente quando aliada aos tradicionais rizóbios. Testes de campo mostram ganhos no desenvolvimento vegetativo, maior resistência hídrica e incrementos de produtividade. Em termos de crescimento vegetativo, plantas de soja pulverizadas com P. aryabhattai tendem a apresentar maior estatura e massa seca das partes aéreas e radiculares. Isso ocorre porque a bactéria estimula a divisão celular (via auxinas e citoquininas) e melhora a disponibilidade de fósforo e outros nutrientes. No contexto de estresses abióticos, P. aryabhattai é especialmente interessante: ela aumenta a produção de substâncias protetoras (exopolissacarídeos) nas raízes, reduzindo a perda de água e mantendo maior turgor sob seca. Em experimentos de campo sob déficit hídrico, plantas inoculadas com P. aryabhattai mantiveram índices de produtividade superiores às controles, exibindo menor acúmulo de compostos de estresse (como peróxidos). Isso significa que, mesmo em condições de irrigação limitada, a soja foliada com P. aryabhattai tende a continuar crescendo e produzindo melhor que plantas não tratadas.
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Soja – Incremento de produtividade
Vários estudos comprovam ganhos de rendimento ao usar Priestia aryabhattai em soja. Em pesquisa recente no Brasil, a inoculação complementar pós-emergência com misturas de bactérias (incluindo P. aryabhattai) aumentou a produtividade de grãos em 4–7% em relação à testemunha. Outro trabalho em cinco regiões mostrou acréscimo de 2 a 15 sacas por hectare em produtividade comparado ao não-tratado, com plantas mais altas e maior massa seca. Em termos de desempenho agronômico, as plantas recebendo P. aryabhattai apresentaram também maior número de vagens e peso de 1000 grãos, indicando melhor enchimento de sementes. Esses aumentos representam, respectivamente, ganhos médios na casa dos 10–15% sobre a média local. Vale notar que tais incrementos foram observados quando o P. aryabhattai foi aplicado em conjunto com outros bioestimulantes (p.ex. Azospirillum, Pseudomonas), reforçando o efeito sinérgico desses microrganismos. Mesmo isoladamente, Priestia aryabhattai mostrou potencial: isolados da Caatinga, por exemplo, estão sendo licencidados comercialmente por sua capacidade de elevar o rendimento da soja e dar tolerância extra à seca.
Efeitos no milho
No milho Zea mays, Priestia aryabhattai foliar também tem impacto positivo, especialmente na fase vegetativa e em situações de estresse. Esse PGPR estimula a ramificação e alongamento das raízes de milho, aumentando a área de absorção de água e nutrientes. Plantas de milho pulverizadas com P. aryabhattai apresentam folhas maiores e maior índice de área foliar (mais clorofila), o que favorece a fotossíntese. A bactéria produz enzimas e biofilmes que melhoram a movimentação de água pelo solo, ajudando a planta a lidar com períodos secos. Em ensaios de clima semiárido, inocular o milho com P. aryabhattai aumentou a troca gasosa foliar (fotossíntese e transpiração) mesmo sob déficit hídrico, o que se traduz em plantações mais robustas no final do ciclo.
Milho – Incremento de produtividade
Os ganhos de produtividade do milho inoculado com Priestia aryabhattai variam conforme as condições e método de aplicação. Estudos de semente tratada (seed inoculation) relataram aumentos substanciais: uma cepa de P. aryabhattai aplicada em sementes elevou rendimento de grãos de milho entre 5,9% e 43,7% em ensaios variados. Em outra avaliação de campo, bioinsumos à base de Bacillus (incluindo Priestia megaterium) liberados comercialmente aumentaram em média 8,6% a produtividade do milho e 6,3% da soja em diferentes ambientes brasileiros. Esses resultados indicam que, mesmo sendo um método relativamente novo, o uso de P. aryabhattai como biofertilizante no milho pode competir com adubações convencionais, reduzindo custos de nitrogênio e fósforo. É importante lembrar, no entanto, que nem sempre se vê efeito estatístico positivo: por exemplo, uma pesquisa recente avaliou milho submetido a desfolha intensa e inoculado ao V6 e constatou que P. aryabhattai não compensou totalmente o impacto da desfolha na produtividade. Isso sugere que o efeito do inoculante depende de fatores como timing da aplicação, severidade do estresse e interação com variedades. De todo modo, os casos de sucesso demonstram que P. aryabhattai pode oferecer aumentos notáveis de rendimento, especialmente quando bem manejado e em conjunto com um pacote tecnológico adequado.
Comparação com outros tratamentos
Em geral, os efeitos da aplicação foliar de Priestia aryabhattai devem ser vistos como complementares às práticas convencionais. Por exemplo, na soja já é prática comum usar Bradyrhizobium para fixação de nitrogênio – essa associação supre cerca de 90% do N da planta (até ~300 kg N/ha). O uso de P. aryabhattai acrescenta outros benefícios além do nitrogênio: o fornecimento de hormônios de crescimento e a maior solubilização de fósforo e micronutrientes que eleva o rendimento final. Em comparação a bioinsumos semelhantes, P. aryabhattai se equipara a outros Bacillus promotores de crescimento: por exemplo, B. amyloliquefaciens e P. megaterium solubilizam P e sintetizam fitohormônios, gerando ganhos similares em milho e soja. Já o uso de produtos convencionais como fertilizantes ou pesticidas não promove diretamente o crescimento da planta; em algumas situações, formulados biológicos à base de Bacillus podem até superar desempenho de agrotóxicos tradicionais no controle de doenças (embora esse papel seja mais de biocontrole do que de biofertilizante). Em suma, Priestia aryabhattai foliar não substitui fertilizantes ou fungicidas, mas compete positivamente com outros biológicos, tornando a lavoura mais resiliente e produtiva sem elevar o impacto ambiental.
Cultura | Efeito observado | Ganho em desenvolvimento | Ganho em produtividade |
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Soja | Maior estatura, massa seca, número de vagens e enchimento de grãos | Incremento no crescimento vegetativo e resistência hídrica | +2 a 15 sacas/ha (≈4–15% de aumento) |
Milho | Maior área foliar, raiz mais robusta, melhor troca gasosa sob seca | Incremento em folhas, raízes e clorofila | +5,9% a 43,7% em grãos (varia conforme condições) |
Manejo e recomendações práticas
Para obter os benefícios da via foliar, recomenda-se atenção a doses, momentos e compatibilidade de produtos. Como guia geral, Priestia aryabhattai comercial costuma vir em formulações líquidas concentradas (≥ 1×10^9 UFC/mL). Na soja, aplicações foliares podem ser feitas em estádios iniciais e médios (por exemplo, V4-V6) em taxa de 1–3 L/ha, diluídos no volume usual de calda de pulverização (200–300 L/ha de água). No milho, pode-se aplicar nos estádios V6–V8 usando cerca de 1 L/ha do inoculante, conforme ensaios de campo que usaram drench (pulverização próxima ao solo) nessa dosagem. Vale notar que outras vias (semente ou sulco) continuam importantes: para tratamento de sementes de milho, estudos indicam doses em torno de 3–5 mL do produto por kg de sementes (≈10^9 UFC/mL)correcaodesolo.com.br, efeito que pode ser combinado com a pulverização foliar.
Em termos de compatibilidade, Priestia aryabhattai apresenta boa convivência com a maioria dos insumos comuns. É compatível com os rizóbios da soja (p.ex. Bradyrhizobium), com outros PGPR (como Azospirillum e Bacillus subtilis), além de poder ser misturado a fertilizantes líquidos e compostos organominerais correcaodesolo.com.br. Também não interfere negativamente em fungos benéficos (micorrizas), e sua aplicação pode ser feita no mesmo equipamento de pulverização usado para nutrientes ou defensivos, desde que o tanque seja lavado adequadamente. Como prática de manejo, recomenda-se aplicar o bioinsumo em condições de tempo ameno, evitando altas temperaturas ou radiação solar intensa logo após a pulverização (para proteger a viabilidade bacteriana). A adição de um adesivante ou um ativador biológico (emulsificante) pode melhorar a fixação do inoculante nas folhas. Em resumo, siga sempre as indicações do rótulo do produto (volume de aplicação e limpeza de equipamento) e procure aplicar em estádios da cultura onde o estresse (seja hídrico ou nutricional) seja previsto – dessa forma, Priestia aryabhattai foliar terá espaço para atuar e trazer retorno ao agricultor.
Conclusão prática
Para o produtor, a aplicação foliar de Priestia aryabhattai pode representar uma tecnologia de baixo risco e alto retorno. Com investimento moderado em bioinsumo (tipicamente alguns reais por hectare) é possível obter rendimento adicional de forma sustentável. Ensaios de campo apontam que, em média, o uso de Bacillus/Priestia pode elevar a produtividade do milho em cerca de 8% e da soja em 6% – ganhos significativos para margens de lucro. Além disso, o agricultor ganha maior segurança em períodos de seca, pois as plantas tratadas mantêm crescimento e produtividade mais estáveis sob estresse hídrico. Por fim, como P. aryabhattai é compatível com práticas agrícolas existentes (adubação, inoculação de sementes, defensivos, etc.), sua adoção não exige mudança radical no manejo – basta incorporar mais esse aliado biológico às pulverizações. Em conclusão, a via foliar de Priestia aryabhattai é uma alternativa promissora que pode deixar a lavoura mais verde, produtiva e resistente, complementando os insumos tradicionais e alinhada às demandas por práticas agrícolas regenerativas e de alta eficiência.
Referências
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- Almirón, C.; Petitti, T.D.; Ponso, M.A.; Romero, A.M.; Areco, V.A. et al. (2025) Functional and genomic analyses of plant growth promoting traits in Priestia aryabhattai and Paenibacillus sp. isolates from tomato rhizosphere. Scientific Reports 15:3498.
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