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Onde a tecnologia de biológicos pode levar os produtores

Biológicos crescem no agro: maior adoção, eficiência contra pragas, sinergia com químicos; mercado pode valer US$16 bi até 2028; educação segue chave p/ todos!!

Os biológicos já existem há décadas, mas recentemente eles estão ganhando espaço como solução complementar aos defensivos tradicionais. Nos Estados Unidos, mais de 45 % dos produtores de grãos já compram ou usam produtos biológicos, contra 37 % em 2022. A conscientização também cresceu: 87 % dos produtores sabem o que são biológicos e a familiaridade com subcategorias como biostimulantes e biofertilizantes aumentou 14 %. Para quem já usa, a principal métrica de sucesso é o aumento de produtividade (85 %), seguido por maior lucratividade (45 %).

Durante o Ag PhD Field Day, Matt Thompson, gerente da Hefty Naturals, destacou que a tecnologia biológica está mais acessível e eficaz. Os produtores agora têm mais ferramentas para combater doenças e alguns inseticidas já usam organismos vivos para afetar o comportamento da larva do milho (rootworm). Produtos como o MegaGrow já são amplamente utilizados, enquanto outras soluções que empregam microrganismos para combater pragas estão em fase inicial de adoção. O sucesso desse mercado depende, segundo Thompson, da disposição dos agricultores em experimentar coisas novas.

Apesar da empolgação, existe confusão na nomenclatura. Pesquisadores da Universidade de Illinois notam que produtores e empresas chamam tudo de “biológicos”, enquanto a literatura científica e órgãos reguladores preferem o termo “biostimulantes”. Essa diferença complica a comunicação e a regulamentação dos produtos. Muitos agricultores perguntam se essas tecnologias realmente funcionam e, segundo os cientistas, ainda há muita educação a ser feita. O levantamento da Stratovation reforça essa necessidade: metade dos produtores que não usam biológicos diz que só adotaria se a rentabilidade fosse comprovada.

Outro ponto que explica o interesse nos biológicos é a perda de produtos sintéticos. Em 2024, por exemplo, a EPA dos EUA retirou do mercado o herbicida DCPA por riscos ambientais. Enquanto herbicidas como dicamba e glifosato são contestados, líderes do setor veem os biológicos como alternativas sustentáveis com potencial enorme. Relatórios de mercado estimam que o setor de biológicos agrícolas deve saltar de US$ 9,5 bilhões em 2022 para cerca de US$ 16,16 bilhões em 2028, impulsionado pela demanda por alimentos orgânicos e pela necessidade de reduzir impactos ambientais.

O que esperar daqui pra frente?

  1. Inovações direcionadas – Tecnologias que utilizam microrganismos específicos para controlar pragas ou melhorar a absorção de nutrientes devem ganhar força. Produtos como inoculantes para fixação de nitrogênio ou fungicidas biológicos serão cada vez mais comuns.
  2. Sinergia com química – A tendência não é substituir por completo os defensivos sintéticos, mas integrar biológicos e químicos. Isso permite reduzir doses de químicos, retardar resistência de pragas e melhorar a saúde do solo.
  3. Mais educação e regulamentação – Para destravar o mercado, empresas e agrônomos precisam fornecer dados claros de eficácia e rentabilidade. Regulações mais claras também ajudarão a diferenciar biológicos, biostimulantes e biofertilizantes.
  4. Mercado em expansão – Com novas startups e grandes companhias investindo em pesquisa, a variedade de produtos deve aumentar. Fusões e aquisições buscam ampliar portfólios e alcançar novos mercados.

Em resumo, os biológicos estão deixando de ser novidade para se tornar uma ferramenta importante na gestão de doenças, pragas e nutrição das culturas. A adoção está crescendo rapidamente, mas ainda existe um trabalho grande de esclarecimento e validação junto aos produtores. Ficar atento às novidades e conversar com consultores técnicos pode ajudar você a aproveitar essas oportunidades de forma segura e lucrativa.

Texto original: https://www.thepacker.com/news/sustainability/where-can-farmers-expect-next-level-technology-biologicals

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